Eu não lembro bem a quanto tempo eu estava parado ali. Eu simplesmente não esperava encontra-la mais.A multidão passava, e ela ali, sentada na grama, feliz e sorridente,talvez como eu a jamais vi antes. O corpo apoiado para trás, a pernas esticadas...Ah, aquele velho allstar...combina com o pé pequeno dela... a calça rasgada no joelho e a classica camisa xadrez. O cabelo estava maior, estranhei de inicio, agora ela parecia mais alta. Não só isso, parecia mais confiante.A garrafa de vodka ao seu lado denunciava que ela já não estava ali a pouco tempo. Meu estomago devorava-se, bem diferente daquela sensação de subir no palco ou estar apaixonado, a ansiedade aqui não se mostrava como borboletas voando na barriga, não era nada leve, era acido. Até passou pela minha cabeça alguma bebida, mas no estado atual, não era a melhor ideia. Sinceramente, eu nem conseguiria sair dali, perder ela de vista, mais uma vez seria cruel demais.Estava dividido entre a vontade de ir correndo falar com ela ou encolher até sumir, então fiquei ali, parado. Meu estomago gritava de dor. "Eu pensava que o coração era no peito, e não na barriga". De repente o rosto dela iluminou-se, osrriso mais lindo que já vi. O mundo parou, já nem parecia mais noite.
-Vamos, amor?-disse um rapaz desconhecido. Ela se levantou com um pulo e a saiu abraçada com ele, com uma energia que podia ser sentida de longe, tão de longe, que até onde eu estava conseguia perceber. E com isso as escuridão foi aumentando aos poucos, nã sabia se era a tristeza tomando conta, a noite que avançava cada vez mais ou se era minha luz que tinha se afastado.
Não faz diferença agora.